terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dela



A jogada tinha sido feita com vontade. A roleta girava. Dela, assim se chamava, tinha á sua mercê o casino. A obtenção de dinheiro fácil tinha feito dela, uma perita em números, em sequência de números. Jogando na roleta ou em outro jogo o lucro era sempre superior ao prejuízo. Com frenesim tentou a jogada. Tinha apostado alto. Quando o resultado saiu, o suspiro da plateia tornou-se insuportável para ela. Dela tinha perdido. Tinha perdido tudo. Saiu da mesa em passo rápido e desanimado. Olhou para as ranhuras das máquinas. Tinha algumas moedas que lhe apertavam no bolso. Decidiu sair do casino. Vagueou pelas ruas da cidade que conhecia bem. A noite estava luminosa. O néon das luzes das diversas lojas, misturavam-se com a luz da lua cheia. De vez em quando Dela acenava para alguém que passava. Eram três da manha. Sentiu-se só. Pegou no telefone. Digitou alguns números. Do outro lado a resposta que não estava a espera. Desligou ainda o gravador não tinha acabado. Voltou-se para parque onde tinha deixado o carro. De repente sentiu um calafrio. Alguém a estava a seguir. Voltou-se. Nada viu. Continuou apressando o passo. Entrou no carro e a grande velocidade arrancou. Acendeu um cigarro e ligou o rádio enquanto percorria as avenidas vazias

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